Implosão da ponte Juscelino Kubitschek: 250 kg de explosivos, 200 casas evacuadas e operação controlada em etapas
A implosão das partes remanescentes da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira será realizada na tarde deste domingo (2). Para garantir a segurança da operação, cerca de 200 casas entre o Tocantins e o Maranhão serão evacuadas. Aproximadamente 250 kg de explosivos serão utilizados na demolição, medida necessária para permitir a construção de uma nova estrutura até dezembro deste ano, conforme previsão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
O desabamento e suas consequências
A ponte desabou em 22 de dezembro de 2024, quando o vão central cedeu, resultando na morte de 14 pessoas e no desaparecimento de outras três. No momento do colapso, trafegavam pela ponte duas caminhonetes, um carro, três motos e quatro caminhões – dois deles transportando ácido sulfúrico e um com carga de agrotóxicos.
Como será a implosão?
A estrutura já foi perfurada para acomodar os 250 kg de explosivos, que chegaram à região no sábado e serão instalados até a manhã de domingo. A detonação está programada para as 14h e será feita em etapas, com acionamento remoto dos explosivos em intervalos de três segundos, garantindo um colapso controlado.
Para facilitar o trabalho das máquinas que removerão os escombros, o solo abaixo da ponte passou por um processo de terraplanagem. Além disso, telas de proteção foram instaladas na base dos pilares para evitar que destroços sejam lançados em direção às residências próximas. O objetivo principal é evitar que qualquer material caia no rio, pois ainda há três vítimas desaparecidas e tanques de substâncias perigosas submersos.
“O colapso comprometeu gravemente a estrutura, especialmente do lado do Tocantins. Trabalhamos sob monitoramento intenso para garantir que nenhuma ação ultrapasse os limites de segurança”, explicou o engenheiro responsável, Manoel Jorge Diniz.
Qual método será utilizado?
A técnica escolhida combina calor intenso e explosivos para fragmentar a estrutura, método adotado quando o uso de maquinário pesado sobre a ponte não é viável. Segundo o DNIT, a implosão deverá gerar cerca de seis mil metros cúbicos de entulho, o equivalente a 14 mil toneladas de concreto e ferragem, que serão retiradas do local para evitar impactos ambientais e não comprometer as buscas pelos desaparecidos.
Em entrevista ao g1, o doutor em Estruturas Moacyr Salles Neto explicou que a estratégia consiste em posicionar os explosivos de forma precisa para criar uma “linha de fratura”, garantindo que a ponte desabe de maneira controlada.
“Utilizamos a técnica de fogo, onde a explosão é direcionada para que a estrutura colapse na direção desejada, minimizando os danos”, detalhou.