Mulheres brasileiras recebem, em média, R$ 3.755,01, enquanto homens ganham R$ 4.745,53, segundo relatório do Ministério do Trabalho e das Mulheres.
Apesar do aumento da participação feminina no mercado formal, a diferença salarial entre gêneros permanece em 20,9%, conforme o 3º Relatório de Transparência Salarial e Igualdade Salarial, divulgado nesta segunda-feira (7).
Impacto Econômico da Desigualdade
Se as mulheres recebessem salários equivalentes aos dos homens, a economia brasileira teria um incremento de R$ 95 bilhões em 2024. Atualmente, elas representam 40,6% dos trabalhadores com carteira assinada, totalizando 7,7 milhões de vínculos empregatícios.
Francisco Macena, secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), destaca:
“A equidade salarial não é apenas uma questão de justiça, mas um impulso econômico. Se as mulheres ganhassem o mesmo que os homens, R$ 95 bilhões seriam injetados na economia.”
Diferenças por Cargo e Raça
A disparidade se acentua em cargos de liderança:
- Direção e gerência: mulheres recebem 73,2% do salário dos homens.
- Nível superior: 68,5%.
- Atividades administrativas: 79,8%.
Mulheres negras são as mais afetadas, com média salarial de R$ 2.864,39 — apenas 47,5% do valor recebido por homens não negros (R$ 6.035,33).**
Avanços e Desafios
O relatório aponta melhorias:
- Aumento de empresas com diferença salarial inferior a 5%.
- Crescimento de mulheres negras no mercado formal (de 3,2 milhões para 3,8 milhões).
- Redução de empresas com menos de 10% de mulheres negras (de 21.680 para 20.452).
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ressalta:
“A desigualdade persiste devido a estruturas sociais enraizadas, desde a divisão do trabalho doméstico até a mentalidade corporativa.”
Lei da Igualdade Salarial
Desde julho de 2023, empresas com mais de 100 funcionários devem adotar medidas como:
- Transparência salarial.
- Canais de denúncia.
- Programas de diversidade e capacitação.
O estudo analisou dados da RAIS 2024, abrangendo 53.014 estabelecimentos com mais de 100 empregados.
Estados com menor desigualdade: Acre, Santa Catarina, Paraná, Amapá, São Paulo e Distrito Federal.
Apesar dos avanços, a equidade salarial ainda é um desafio estrutural no Brasil.