A Anvisa autorizou o registro definitivo da vacina contra chikungunya desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com a farmacêutica franco-austríaca Valneva. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (14).
Com a aprovação, o imunizante poderá ser aplicado no país em pessoas acima de 18 anos.
Esta é a primeira vacina aprovada contra a doença, que pode provocar dor crônica nas articulações e já afetou cerca de 620 mil pessoas no mundo somente em 2024. Entre os países com maior número de casos estão Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia.
🦟 Transmissão: O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor responsável pela transmissão da dengue e do vírus zika.
O pedido de registro definitivo foi enviado à Anvisa em dezembro de 2023. No mesmo ano, a vacina também recebeu aprovação da agência reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA).
Estudo clínico
Em um estudo clínico de fase 3, realizado com adolescentes brasileiros após aplicação de uma dose da vacina, publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases em setembro de 2024, foi verificada a presença de anticorpos neutralizantes em 100% dos participantes que já haviam tido contato prévio com o vírus, e em 98,8% daqueles sem exposição anterior.
Após seis meses, a proteção permaneceu em 99,1% dos jovens participantes. Os eventos adversos relatados foram em sua maioria leves ou moderados, sendo os principais dor de cabeça, dores no corpo, fadiga e febre.
Próximos passos
Para que a vacina chegue à população, ainda restam etapas a serem concluídas. Segundo o governo de São Paulo, o Instituto Butantan está trabalhando em uma nova versão do imunizante com componentes nacionais, tornando-o mais adequado à incorporação pelo SUS, o que ainda depende de análise da Conitec, do Programa Nacional de Imunizações e demais autoridades de saúde.
“A partir da aprovação pela Conitec, a vacina poderá ser fornecida estrategicamente. No caso da chikungunya, é possível que o plano do Ministério seja vacinar primeiramente moradores das regiões endêmicas, onde há maior concentração de casos”, afirmou Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan.
Sobre a doença
A chikungunya é uma doença viral transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Os casos podem ser assintomáticos ou manifestar sintomas como:
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Febre acima de 38,5 °C;
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Dores intensas nas articulações dos pés e das mãos;
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Dor de cabeça e dores musculares;
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Manchas vermelhas na pele.